(Luan Narrando)
Ao sair do escritório sorri
ao ver que as coisas estavam começando a dar certo, ter Carol em meus braços
era a melhor coisa que poderia existir na vida, é claro que ainda tínhamos muito
que caminhar “um passo de cada vez” pensei. Entrei no carro onde meu pai me
esperava juntamente com Welington e Rober e seguimos em direção ao aeroporto
onde o Bicuço e o resto do pessoal que viajaria conosco nos esperava. Fui todo
o percurso até o aeroporto conversando com Bruna por mensagem sobre o que tinha
acontecido ontem e hoje, já que ela estava em Londrina.
Amarildo: O que tanto você
mexe aí Luan – Falou me cutucando.
Luan: Tô falando com a
piroca sobre umas parada aí – Falei concentrado no celular e ele não falou mais
nada, voltou a conversar com Rober.
E assim rapidamente chegamos
ao aeroporto, tinha algumas poucas fãs ali e eu atendi todas calmamente, não estávamos
tão atrasados que não me desse tempo de parar e ganhar carinho das minhas
neguinhas. Logo depois de atendê-las, seguimos rumo à cidade do meu próximo show,
Conceição do Jacuípe – BA. Esses dias
seriam bem puxados e eu passaria quase um mês na estrada, a saudade de Carol já
me consumia, mas esse tempo seria bom pra ela pensar em tudo o que está
acontecendo e tomar logo uma decisão concreta. Ao chegarmos, fomos para o hotel
e lá tinha muitas fãs e mesmo com todo o cansaço da viagem atendi a todas da
melhor maneira possível. Quando subi para meu quarto pensei em mandar uma
mensagem pra ela ou ligar quem sabe, mas achei melhor não. “Tudo no seu tempo
Luan” relaxei.
Pensei
tanto em Carol que acabei dormindo e quando já era quase hora do show fui
acordado sem delicadeza alguma com o testa quase arrombando a porta do meu
quarto.
Luan:
Cara você não sabe acordar ninguém com calma não? Tem que ser nessa violência mesmo?
– Falei irritado e ele riu irônico.
Rober:
Ah me desculpe se eu acordei a bela adormecida, mas é que eu não sei se você lembra,
mas tem um show marcado pra daqui a duas horas – Brincou sentando em uma
poltrona perto da minha cama – Bora boi, levanta – Gritou e eu taquei um
travesseiro nele.
Luan:
Seu testa grande – Levantei e fui em direção ao banheiro tentar me acordar.
Rober:
Boi, você tá muito estressado esses dias, relaxa cara – Chegou na porta do
banheiro – Fala aqui pro seu amigo, quem é a gata que tá atormentando seus
pensamentos em? – Falou prendendo o riso.
Como
eu sabia que ele não me deixaria em paz enquanto eu não contasse e sabendo que
ele era meu amigo, no caminho do hotel ao local do show, acabei contando sobre
tudo o que estava acontecendo entre mim e Carol, no momento ele ficou tipo “Não
acredito que você tá pegando aquela gata”, mas depois tentou entender o quão trabalhoso
tá sendo para eu tê-la de verdade.
Rober:
Cara mais que doidera em? – Falou pensativo – Mas esse é você, que só se
envolve com mulher complicada.
Luan:
Não é essa a questão testa, eu me apaixonei por ela muito antes de saber que
ela teve um relacionamento complicado no passado e que isso deixou marcas –
Falei natural.
Rober:
Tô ligado, mas e aí, o que você vai fazer agora? - Perguntou e o olhei serio.
Luan:
Vou da um tempo pra ela pensar direitinho em tudo o que tá acontecendo e quem
sabe quando eu voltar pra São Paula as coisas se resolvam de uma vez por todas –
Respirei fundo e olhei pra frente.
Rober:
Vai dar certo cara, tô torcendo por vocês – Bateu em meu ombro e eu sorri de
canto.
E
então, quando cheguei, fui fazer aquilo que eu mais amo, cantar para os meus
fãs e realizar sonhos, era esse o meu verdadeiro trabalho. Ver todos aqueles
olhinhos brilhando, todas aquelas vozes cantando junto comigo, lagrimas e
gritos, palmas e plaquinhas levantadas me deixavam ainda mais apaixonado por
eles, que faziam de tudo para me ver bem e a minha felicidade era prioridades
para aqueles corações. No meio de todo aquele amor, me lembrei do meu, me veio à
cabeça a letra de uma musica ainda desconhecida, era a composição dos olhos da
minha menina, ela pela primeira vez foi minha inspiração para a composição de
uma das mais lindas canções e eu tinha certeza absoluta que essa seria a
primeira de muitas.
(Carol
Narrando)
Os
dias passaram voando, eu estava cada dia mais dedicada ao meu trabalho e
principalmente a minha faculdade que me consumia aos poucos. Faltava apenas uma
semana para que eu entrasse de férias, a ansiedade era grande, e eu já tinha
praticamente tudo pronto, já tinha ligado para meus pais avisando que passaria
as férias com eles e nem preciso dizer que foi uma festa no telefone né? Eles
estavam mais animados que eu e minha tia choramingava o tempo inteiro por ter
que passar quase um mês longe de mim.
Mariana:
Tem certeza que você quer ir mesmo Carol? – Falava enquanto eu estava deitada
em seu colo e ela me fazia cafune.
Carol:
Claro que tenho tia e, por favor, olha o drama – Me levantei olhando – Eu não
estou indo pra morar, eu sou vou passar minhas férias lá e também a Dulce
estará aqui pra lhe fazer companhia.
Mariana:
Eu sei, eu sei.
Carol:
Eu volto logo tá bom? – Sorri e ela me olhou com uma carinha triste.
Mariana:
Tudo bem, o que eu posso fazer? – Respirou fundo e voltei a me deitar em seu
colo – E o Luan? Você sabe que ele não vai gostar nada quando chegar e não te
ver aqui não é?
Carol:
Vai ser melhor assim – Falei decidida – E outra, ele não tem que achar nada, só
tem que aceitar. Ele me deu todo tempo do mundo pra que eu colocasse meus
sentimentos em ordem, então vai ter que aguentar.
Mariana:
Você poderia ao menos ter dito a ele sobre a viagem.
Carol:
Claro que não, ele iria protestar tia, dizer que era sem cabimento nossa
situação chegar a esse ponto – Falei seria e ela gargalhou – O que foi?
Mariana:
Você conhece ele muito bem, era exatamente assim que ele diria – A olhei
sorrindo – Ou melhor, que ele vai dizer e quem vai ter que aguentar sou eu.
Carol:
Diga a ele que eu fui embora e que se realmente ele me quiser ele vá atrás de
mim – Brinquei e ela me acompanhou.
Mariana:
Ele morreria.
Carol:
Só diga a ele que precisei realmente ir, mas que eu volto – Sorri me levantando
– Mas antes eu preciso ir dormir, estou exausta e amanhã será um longo dia de
trabalho e estudo.
Mariana:
É verdade, então vamos dormir – Levantamos e seguimos para nossos quartos.
Após
tomar um longo e relaxante banho, deite-me e ele me veio à cabeça. Como será
que ele está? O que será que está fazendo? Será que está se preparando pra
entrar no palco nesse momento? Lembranças de nossos momentos juntos também
vieram e ao lembrar que depois dessa viagem as coisas poderiam mudar definitivamente
eu sentia logo um frio absurdo na barriga. Eu não tinha certeza de absolutamente
nada, mas que muita coisa mudaria dali pra frente, isso mudaria.
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