Depois de passar
horas ali com minha tia, receber todo o carinho do mundo, conversa e rir como
nunca, fomos para a cozinha fazer um jantar improvisado. Ela me apoiou em
questão a minha viagem e mais uma vez lhe pedi que não comentasse com ninguém.
Queria ir sem que ninguém soubesse, principalmente Luan, eu sei que doeria nele
e poderia até chegar a ficar chateado comigo, mas era preciso. Eu precisava
desse tempo, precisava ficar longe por um tempo e eu tinha certeza que quando
eu voltasse, voltaria nova e muito mais decidida. Depois de nosso jantar minha
tia decidiu que dormiria comigo no meu quarto e assim foi, passamos horas
deitadas uma ao lado da outra admirando minhas estrelas, da maneira em que
fazíamos quando eu era criança.
No dia seguinte acordei
com uma dor de cabeça horrível, olhei pro lado e minha tia já não estava mais
lá comigo, certamente estaria preparando um café da manhã pra gente, então
levantei,fui ao banheiro, lavei meu rosto e fui até a cozinha e pude ouvir vozes, tinha uma
mulher na nossa sala, de aparentemente uns 40 anos e muito simpática.
Mariana: Bom dia amor
– Falou me dando um beijinho e voltou seu olhar pra e mulher que me olhava
sorrindo – Carol, essa é a Dulce, ela vai ficar vindo nos da uma mãozinha umas
duas vezes por semana. Nós não temos mesmo tempo de arrumar nada, vai ser bom
não vai?
Dulce essa é minha sobrinha Carol.
Carol: Vai ser ótimo
– Sorri indo cumprimentar Dulce – É um prazer conhece-la Dulce, seja bem vinda
a nossa casa.
Dulce: O prazer é todo meu
Carol, obrigada – Me abraçou timidamente e olhou minha tia – Bom, pra começar
eu posso preparar um bom café da manhã pra vocês, dá pra perceber que já estão
de saída para o trabalho.
Mariana: Ah eu lhe agradeço
muito – Sorriu e Dulce seguiu em direção à cozinha – Muito simpática ela não é?
E parece ser uma ótima pessoa, é recomendação da Maria que trabalha com a
Naira.
Carol: Entendi – Falei e
deitei no sofá fechando meus olhos.
Mariana: Tá se sentindo bem?
Carol: Só estou com um pouco
de dor de cabeça – Reclamei dengosa.
Mariana: Acha que tem
condições de ir pro escritório hoje? Eu posso ligar pro Luiz e avisar que você
não está bem – Preocupou-se.
Carol: Não, eu só preciso de
um banho, uma xícara de café bem forte e um daqueles seus remedinhos milagrosos
– Sorri de lado.
Mariana: Então vá tomar um
banho e se arrumar enquanto Dulce prepara o café e eu pego o remedinho pra você
– Falou indo em direção ao quarto e eu fui para o meu tomar um banho e me
arrumar, hoje seria um longo dia.
Ao terminar de me arrumar fui
tomar um café e Dulce tinha caprichado. O café estava uma delicia e a todo o
momento minha tia a elogiava. Conversamos um pouco durante o café e antes de
saímos pro escritório tomei um remédio e melhorei um pouco.
Ao chegarmos lá Naira,
Rafael, Juliana e Alê estavam na recepção e me mimaram enquanto perguntavam o
que tinha acontecido ontem. Disse apenas que senti um mal-estar, mas que já
estava melhorando, fomos todos para nossas salas e assim o trabalho começou.
Todo o dia foi tranquilo no escritório, com direito promoções que tínhamos que
organizar e os sorteados para o show do dia seguinte, estava tudo
tranquilamente bem. Saímos para almoçar eu, Tia Mari e Naira, minha dor de
cabeça tinha melhorado bastante e nos divertimos durante o almoço, quando
voltamos ao escritório tive uma surpresa, demos de cara com Luan que me olhava
intensamente.
Luan: Boa tarde moças –
Falou simpático agora olhando para todas.
Mariana: Boa tarde Luan –
Sorriu e lhe cumprimentou com um abraço rápido.
Naira: Boa tarde chefinho,
já tá indo pra estrada?
Luan: Tô, daqui a pouquinho
já tô indo – Colocou as mãos nos bolsos e me olhou novamente – Vim só resolver
um probleminha - Sorriu de canto.
Mariana: E nós temos que
resolver os nossos, porque a vida não tá fácil pra ninguém – Falou engraçada e
todos riram – Vamos trabalhar – Falou puxando Naira que sem entender nada nos
deixou ali, sozinhos.
Luan: Você tá melhor? –
Falou calmo me olhando.
Carol: Tô, tô melhor sim –
Me senti leve conversando com ele.
Luan: Isso é bom – Se aproximou
sorrindo lindamente – Você pensou em tudo o que eu te disse ontem? – Acariciou
meu rosto.
Carol: Pensei, na verdade eu
pensei muito em tudo o que eu disse também e confesso que estou muito confusa –
Continuei o olhando carinhosamente.
Luan: Eu entendo – Falou
agora se aproximando ainda mais de mim, colocou meu cabelo por traz dos meus
ombros e fez carinho com seu rosto colado ao meu – Eu vou dar todo tempo do
mudo pra você ficar bem, tá bom?
Carol: Unhum – Fechei meus
olhos para sentir o carinho e seu perfume mais intensamente.
Luan: Eu só quero que você saiba
de uma única coisa – Falou quase tocando meus lábios – Você não vai se ver
livre de mim, eu não vou desistir de você, entendeu?
Carol: Eu entendi, mas você
é muito insistente – Eu podia sentir a mistura de nossa respiração calma, suas
mãos me tocando delicadamente e mais uma vez ele me tirou do chão me levando ao
céu.
Luan: Quando eu quero muito
uma coisa, eu sou mesmo, e luto até o fim – E então sem mais esperar ele selou meus lábios, com todo carinho do mundo. Depois de nosso longo beijo ele me
olhou e sorriu – Eu tô indo viajar agora, promete que vai se cuidar?
Carol: Prometo – Sussurrei ainda sentindo o gosto maravilhoso do seu beijo.
Luan: Tudo bem, eu vou
confiar em você – E então me abraçou tão forte que parecia querer nunca mais me
soltar.
Carol: Tenha uma boa viagem –
Falei em seu ouvido.
Luan: Eu vou ter – Respirou
fundo desfazendo o abraço e me olhou – Podemos conversar quando eu voltar, não
podemos?
Carol: Quem sabe, você me
deu todo tempo do mundo, esqueceu? – Brinquei, mas ele continuo serio – Ah não me olhe assim – Fiz uma careta e ele levantou uma sobrancelha ainda serio –
Tudo bem, nós podemos conversar quando você voltar.
Luan: Assim é melhor –
Sorrimos e ele me abraçou novamente – Qualquer coisa você pode me ligar se
precisar.
Carol: Luan, eu vou ficar
bem.
Luan: Claro que vai – Falou abaixando
a cabeça – Então, eu tenho que ir – Pegou em minha mão e me olhou – Se cuida,
por favor.
Carol: Tá – E assim ele me
deu um leve beijo nos lábios e um na testa indo em direção ao seu carro.
Sim, eu poderia ter dito a
ele que quando ele estivesse de volta eu não estaria aqui e sim em Orlando, mas
o que adiantaria? Ele iria dizer que isso não é justo ou coisa do tipo.
Respirei fundo e pensei: “É melhor assim”. Só assim eu poderia pensar em tudo o
que eu tenho que fazer, só assim.
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