Capitulo 86 ♡

Quando cheguei ao meu apartamento sentei no sofá e coloquei minhas pernas pra cima, eu estava me sentindo um pouco cansada, acho que pela noite turbulenta que eu passei. Minha tia já entrou conversando com Vicente no celular que disse passar aqui à noite para lhe ver. Ela estava tão feliz e sem duvida era a melhor coisa vê-la bem desse jeito. Fiquei pensando na reação dos meus pais quando eu contar a eles sobre minha gravidez e também para Jú e Milena que com certeza vão surtar e na mesma hora lembrei-me de ligar pra Dan e avisar sobre minha gravidez. De primeira ele me encheu de perguntas e eu ri de seu exagero. Contei a ele que o resultado deu positivo e ele ficou imensamente feliz por mim, disse que queria marcar um dia pra que eu pudesse conhecer Isabela e aproveitaríamos para comemorar. Fiquei feliz que ele comemorou comigo, isso só me fez ter mais certeza de que agora as coisas estavam começando a dar certo e que ele estava feliz com sua namorada. Assim que desliguei o celular e coloquei ao meu lado e ele tocou e vi a foto do meu amor estampada no visor, respirei fundo e atendi logo em seguida.

Carol: Oi – Atendi calma encostando minha cabeça no sofá e fechando meus olhos.

Luan: Porque você não me atendeu esse tempo todo que eu estava te ligando? Eu fiquei muito preocupado sabia? – Falou um pouco alterado e eu revirei meus olhos – Fala comigo Carol.

Carol: Se você continuar gritando desse jeito não vou falar nada – Falei ainda calma juntando minhas pernas – Eu estou bem e pronto.

Luan: E pronto? Você quase me matou de tanta preocupação – Parecia respirar fundo e eu neguei com a cabeça – Eu estou indo aí pra gente conversar tá?

Carol: Tá – Levantei indo até a cozinha e pegando um copo com água na geladeira.

Ele não respondeu mais nada, apenas desligou o telefone. Tomei minha água e fui até o quarto de minha tia que continuava sua conversa com Vicente “Quanto amor” pensei deitando em sua cama. Depois de mais alguns poucos minutos ela desligou e deitou ao meu lado.

Mariana: Luan te ligou?

Carol: Sim e está vindo pra cá – Falei a olhando e ela sorriu – Estou nervosa.

Mariana: Ele vai entender meu amor – Fez carinho em meu rosto – E vai ficar tudo bem entre vocês.

Carol: Assim eu espero – Virei meu rosto e fechei meus olhos até que me assustei com ela sentando na cama de uma vez.

Mariana: Carol o que é isso no seu rosto? – Segurou meu rosto e eu espremi meus olhos. Era a hora de contar pra ela sobre o que aconteceu na noite passada.

Contei tudo o que havia acontecido e ela quase teve um ataque do coração com tanta notícia inesperada. Reclamou porque eu menti pra ela, me deu carão, disse que meu bebê estava correndo perigo de vida e que fui uma irresponsável. Ouvi coisas dela que eu ouviria da minha mãe, o que me fez soltar algumas risadas lhe fazendo ficar com ainda mais raiva. Disse também que sairia de casa quando Luan chegasse, porque com certeza ele iria surtar com tudo isso o que me fez rir também. Ela me ajudou colocando um gel em cima das manchas o que fez dar uma aliviada e passei um pouco de maquiagem para que não fique tão visível quando Luan chegasse. Passamos o resto do tempo conversando até que ouço a campainha tocar. Respirei fundo e fui atendê-lo, minha tia trancou a porta do seu quarto e ficou lá assistindo TV. Assim que abri a porta vi o meu menino todo lindo com as mãos nos bolsos da calça.

Luan: Oi – Falou levantando as sobrancelhas e me deu uma vontade enorme de correr para os seus braços, mas continuei onde estava.

Carol: Oi Luan – Dei um meio sorriso e o olhei – Entra – Ele entrou e sentou no sofá sem mesmo que eu pedisse, abaixou a cabeça e quando eu fechei a porta ele me olhou – Você quer um pouco de água? Alguma coisa? – Perguntei ainda de pé e ele me olhou de um jeito estranho.

Luan: Não eu só quero que você sente aqui do meu lado – Apontou o lugar ao seu lado para que eu pudesse sentar e assim eu fiz – Nós precisamos conversar – Falou e eu apenas concordei com a cabeça.

Carol: Uma coisa de cada vez – Respirei fundo e o olhei – Eu também tenho muita coisa pra te falar.

Luan: Tudo bem, então eu posso começar? – Perguntou e eu apenas concordei com a cabeça – Sobre ainda o que aconteceu em Bauru, amor eu quero te dizer que eu errei em ter permitido que ela dançasse comigo naquele palco e que eu aprendi quando cheguei ao hotel e me vi sem você ao meu lado – Pegou minha mão carinhosamente – Você não sabe o quanto eu me arrependi de ter feito aquilo, eu fui burro, idiota porque eu deveria ter evitado aquilo. Eu sei também que você sofreu, mas amor me entende – Me olhou suplicante e eu abaixei minha cabeça tentando esquecer tudo o que aconteceu naquela noite – Você não faz ideia do quanto eu estou sofrendo com tudo isso vida. Eu não consigo ficar longe de você.

Carol: Eu poderia não esquecer isso tão cedo Luan – Levantei minha cabeça o olhando – Porque foi muita falta de respeito comigo que sou sua namorada – Quando ele foi começar a falar eu o impedi – Não fala nada – Pedi e ele continuou calado – Mas eu vou esquecer, eu vou esquecer porque nesse momento tem coisa muito mais importante pra gente se preocupar o que automaticamente me faz esquecer aquela noite infeliz – Falei quase chorando e ele me olhou sorrindo e então segurou meu braço e me puxou para um abraço, o abraço que eu tanto esperava.

Luan: Eu senti tanto a sua falta – Me sentou em seu colo enquanto eu acariciava seu rosto – Eu te amo tanto minha princesa – E então uniu nossos lábios em um beijo calmo, mas cheio de saudade.

Carol: Mas nós precisamos conversar ainda – Falei depois que terminamos o beijo, ele quis continuar o beijo, mas eu o interrompi – Luan eu estou falando sério.

Luan: Tudo bem – Se rendeu e me soltou enquanto eu voltava a sentar ao seu lado – Fala o que aconteceu? – Fiquei pensando em como começar a fala tudo pra ele e mesmo querendo esconder, decidi começar pelas manchas no meu rosto e braço.

Carol: Tá vendo isso aqui? – Perguntei levantando meu rosto e ele se aproximou.

Luan: O que foi isso? – Perguntou enquanto segurava meu rosto delicadamente – Você caiu?

Carol: Quem dera fosse isso – Abaixei a cabeça criando coragem e o olhei novamente – Amor eu descobri quem estava me mandando aquelas flores.

Luan: Descobriu? E quem era Carol? – Perguntou sentando-se mais confortavelmente no sofá.

Carol: Eu vou te contar tudo tá? Mas promete pra mim que você vai me deixar falar? – Perguntei apreensiva e ele me olhou negando com a cabeça.

Luan: Não estou gostando disso.

Carol: Luan, por favor – Pedi e ele me olhou sério – Posso começar? – Perguntei e ele apenas concordou – Ontem me mandaram as flores de novo, mas diferente das outras vezes elas vieram com um cartãozinho, mas não tinha assinatura de ninguém, apenas marcando um encontro comigo em uma boate aqui perto – Falei tentando achar as palavras para que ele não me matasse.

Luan: E você não vai me dizer que você foi né? – Perguntou rindo e eu continuei o olhando séria – Você não foi.

Carol: Fui – Falei de uma vez e ele jogou a cabeça pra trás com certeza pedindo paciência a Deus – Eu imaginei que em uma balada ninguém me faria mal e fui, porque se fosse em um lugar desconhecido eu não teria ido.

Luan: Não importa se foi em um publico ou não Caroline, você não deveria ter ido – Falou nervoso e eu pedi que Deus me ajudasse.

Carol: Luan para me deixa falar – Pedi e ele se calou ainda nervoso – Quando eu cheguei lá eu encontrei o Lucas – Falei temendo sua reação e ele pareceu paralisado – Era ele que aquele tempo todo estava me mandando àquelas malditas flores e os telefonemas também.

Luan: Eu não acredito nisso – Abaixou a cabeça e colocou as mãos sobre o rosto – E foi ele que fez isso em você?

Carol: Sim – Falei baixo – Eu queria ir embora e ele não deixou – O olhei e ele engoliu o seco.

Luan: E o que mais? – Perguntou me olhando sério.

Carol: A gente brigou lá e no momento em que ele segurou forte meu braço eu gritei – Falei limpando uma lágrima que escorria em meu rosto – Fiquei gritando até que apareceu um rapaz e me soltou – Olhei Luan e ele esperou que eu continuasse – O rapaz me puxou pra trás dele e deu um soco no Lucas e só depois pude ver que o rapaz era Daniel.

Luan: Daniel? – Perguntou surpreso – O Mesmo Daniel?

Carol: Sim – Concordei – Ele tinha voltado pro Brasil e graças a Deus estava na mesma boate que eu. Ele deu mais um soco em Lucas e me tirou dali.

Luan: E te trouxe pra casa? – Perguntou nervoso e eu poderia jurar que Luan iria ter um infarto há qualquer momento – Fala Carol.

Carol: Eu não quis vir pra casa porque eu estava muito nervosa e minha tia estava aqui com Vicente – Enxuguei mais uma lágrima e continuei – Então ele me levou pra casa dele – Quando eu falei isso Luan levantou e bateu com força na parede – Luan senta aqui porque eu não terminei.

Luan: Terminar o que? – Me olhou com raiva – Eu não quero ouvir mais nada, isso tudo aí já foi o suficiente.

Carol: Para Luan você nem sabe o que aconteceu – Puxei seu braço para que ele sentasse – Me deixa continuar amor – Pedi chorando e ele respirou fundo tentando se acalmar. Sentei bem próxima dele e o beijei fazendo carinho em seu rosto.

Luan: Porque você não foi pra minha casa Carol? – Pediu com nossos rostos colados e eu o beijei novamente.

Carol: Para e não fala nada – Pedi baixo e ele fungou – Ele tá namorando – Falei de Daniel e ele me olhou surpreso – Ela é daqui do Brasil, mas estava lá no Canadá e foi lá que eles se conheceram. Eu vi umas fotos deles juntos na estante dele – Sorri e ele continuou calado – Ela é linda e eles estão muito felizes, viu? Nenhum motivo pra você se preocupar mais com isso.

Luan: Não é possível que ele tenha deixado de te amar assim de uma hora pra outra – Falou negando com a cabeça.

Carol: É verdade, mas talvez ele nunca tenha me amado como mulher – Falei e ele me olhou sem entender – Talvez a cabecinha dele tenha alimentado aquilo, mas ele sempre me amou como uma amiga e hoje ele me deu a prova disso.

Luan: Ela estava lá com vocês?

Carol: Não, ela está no Rio Grande do Sul que é onde os pais dela moram, mas ele disse que logo ela está voltando – Segurei sua mão e a beijei – Nós dormimos em quartos separados e a maioria do tempo ele estava conversando com ela. Ele só me salvou amor e eu sou grata a ele por isso.

Luan: E o que mais? – Perguntou com uma carinha linda de raiva o que me fez rir – Fala amor.

Carol: Ele só me levou pra lá porque eu disse que não poderia voltar pra casa, tanto porque eu estava muito nervosa e minha tia se assustaria – Enxuguei meu rosto por completo e respirei fundo – E fora que ele me fez confirmar uma suspeita – O olhei sorrindo de lado.

Luan: Que suspeita? – Perguntou confuso.

Carol: Amor, de uns dias pra cá eu venho sentindo aqueles enjoos, tonturas e também a minha variação de humor que vem me deixando louca – Falei sorrindo – E quando eu acordei hoje na casa de Dan, ele fez um café da manhã pra gente e logo quando eu acabei coloquei tudo pra fora – Luan me olhou preocupado e pediu que eu continuasse – Quando eu terminei, enquanto ele me abandava disse que sua mãe sentia as mesmas coisas quando estava grávida da irmã dele – Falei abaixando minha cabeça e vi Luan ficar um pouco tenso. Levantei meu rosto e o olhei segurando mais forte sua mão – E então eu sai da casa dele e fui me encontrar com Bruna naquele shopping que tem próximo a sua casa sabe? – Perguntei e ele concordou – Nós conversamos e eu disse a ela que estava suspeitando que eu estava grávida – Falei e ele me olhou tentando digerir tudo o que eu falava.

Luan: Amor você tá.. – Tentou falar, mas eu o interrompi.

Carol: Me deixa terminar tá? – Tomei coragem e continuei – Então ela me ajudou e nós fomos à farmácia comprar alguns testes de gravidez. Ela comprou pra mim, cinco testes e viemos pra minha casa – Ele parecia nervoso e mordia o lábio de uma maneira linda – Quando cheguei fui fazer os testes, eu fiz três e todos eles deram o mesmo resultado.

Luan: E qual o resultado? – Perguntou ansioso e nervoso ao mesmo tempo – Pelo amor de Deus Carol fala logo cara, você quer me enlouquecer?

Carol: Deu positivo – Falei por fim com lágrimas nos olhos – Eu estou grávida Luan – Falei colocando a mão em minha barriga e ele olhou em direção a ela com os olhos marejados e sem acreditar muito no que acabou de ouvir. Ficou paralisado me enchendo de ansiedade por sua reação – Fala alguma coisa amor – Pedi com as lágrimas banhando meu rosto.

Luan: Um filho? – Me olhou agora com uma expressão que eu desconhecia.

Carol: É amor – Segurei sua mão a levando até minha barriga – Nosso filho – Chorei mais ainda quando ele fez carinho de leve em minha barriga – A gente não planejou, mas Deus decidiu que era a hora – Falei com minha mão em cima da sua – Eu sei que nós dois somos novos e que provavelmente nossos pais vá nos matar e também que...

Luan: Você tem noção do quanto eu sonhei com esse dia? – Perguntou me interrompendo e eu o olhei rindo – Do quanto eu sonho em ser pai? Você sabe amor – Falou sorrindo e olhou minha barriga novamente – E ser pai de um filho seu é a melhor coisa que poderia existir na minha vida.

Carol: Foi tudo tão de repente que eu ainda estou meio confusa – Falei enxugando meu rosto – E a culpa foi sua que naquela noite do seu aniversario não se preveniu – Falei fingindo está com raiva e ele gargalhou me fazendo rir também.

Luan: Então foi naquela noite? – Perguntou todo feliz – Meu filho foi meu presente de aniversario – Riu e me olhou – E a culpa não foi só minha porque você disse que tomava uns comprimidos aí, mas isso nem importa também.

Carol: Não importa mais?

Luan: Claro que não – Sorriu lindamente – A gente tem um bebê agora – Pulei em seu colo enquanto o beijava apaixonadamente. Imaginei que ele poderia ficar feliz, mas não desse jeito. 

E depois dessa montanha de informações ele se rendeu ao nosso amor e passamos o resto da tarde ali, nos curtindo no sofá e o silencio prevalecia. Não era preciso nenhuma palavra naquele momento, só sentir o amor que o nosso bebê tão pequenininho já nos trazia.