Capitulo 59 ♡

(Luan Narrando)

Depois que a reunião acabou continuei na sala conversando com meu pai e com Luiz sobre uns assuntos do escritório. Depois de uma longa conversa segui direto para a sala de Carol, que com certeza já estaria fazendo o que ela mais ama, cuidando dos meus fãs, mas ao chegar à sala me assustei em ver apenas Mari e Naira, bati na porta com cuidado e elas me olharam assustadas.

Luan: Oi moças – Falei entrando e fechando a porta atrás de mim - Cadê a Carol Mari?

Mariana: A Carol? – Perguntou e eu concordei com a cabeça.

Luan: Ela não veio trabalhar? – Perguntei e ela parecia procurar uma resposta.

Mariana: Veio, veio sim, mas é que ela sentiu uma dor de cabeça e eu a mandei voltar pra casa – Se explicou – Não queria que ela ficasse sentindo dor aqui.

Luan: Mas ela tá bem? – Perguntei preocupado.

Mariana: Tá bem sim, só com dor de cabeça mesmo – Falou tentando me tranquilizar – Ela vai melhorar logo.

Luan: Tudo bem – Peguei meu celular – Eu vou ligar pra ela.

Mariana: Eu acho que como ela tomou um remedinho deve tá dormindo – Falou rápido – Deixa pra você ligar pra ela depois.

Luan: Tudo bem – Falei ainda preocupado – Quando ela ligar eu vou vê-la – Falei e ela concordou – Bom eu vou indo – Dei um beijo em cada uma, me despedi de todos e segui em direção ao meu carro. Fiquei preocupado com Carol, poucas vezes ela sentia dor de cabeça e algo me dizia que tinha algo a mais que uma simples dor de cabeça nessa historia mal contada da Mari. E então decidi mandar uma mensagem pra ela, eu precisava saber o que realmente estava acontecendo.

“Amor, como você tá? Mari me disse que você estava com dor de cabeça, tá melhor? Quando puder me liga, fiquei preocupado. Beijos, te amo.”

Depois de ver que ela não responderia naquele momento, dei partida no meu carro e segui para a minha casa, com certeza ela deveria estar dormindo. Decidimos que nós só viajaríamos na quarta-feira, pois teríamos um programa para gravar e depois iriamos para GO. Então eu teria tempo de passar mais uns dois dias com a minha menina. 

(Carol Narrando)

Depois de tomar um forte remédio pra dor de cabeça acabei dormindo em meio as minhas lágrimas. Acordei quase duas horas depois e vi uma mensagem de Luan no meu celular, na mesma hora me deu uma vontade absurda de vê-lo, eu precisava dele agora mais do que nunca do meu lado. Respondi a mensagem tentando deixar meus olhos abertos.

“Amor, vem em ver? Eu estou precisando muito de você.”

Continuei deitada e olhei minhas estrelas que brilhavam pra mim, pelo quarto está todo escuro e logo depois ele respondeu a mensagem.

“Estou indo meu amor, daqui uns 30min eu estou aí.”

Levantei e minha cabeça ainda doía, tomei um banho demorado molhando meus cabelos pra ver se a dor aliviava. Vesti uma roupa leve e fui até a cozinha tentar comer alguma coisa, mas logo meu estomago revirou só de pensar em comer alguma coisa. Fui pra sala e ouvi meu celular tocar, era minha tia.

Carol: Oi tia – Falei baixo.

Mariana: Carol que susto que você me deu – Falou afobada enquanto eu a ouvia em silencio – Onde você tá? Como você tá? Tá tudo bem?

Carol: Calma tia, tá tudo bem – Falei tentando a tranquilizar.

Mariana: O que foi que aconteceu?

Carol: Eu juro que te conto mais tarde tá? Só queria te pedir que não viesse pra casa agora, eu vou ter uma conversa com Luan e preciso ficar a sós com ele – Falei sentando no sofá.

Mariana: Tudo bem – Falou mais calma – Eu vou sair um pouquinho mais tarde hoje, então quando estiver tudo bem você me liga tá?

Carol: Tá pode deixar e fica tranquila que vai ficar tudo bem.

Mariana: Assim eu espero – Falou respirando fundo – Tenho que voltar ao trabalho agora, se cuide tá? E qualquer coisa me liga.

Carol: Ligo sim tia, obrigada.

E assim encerramos nossa ligação. Deitei no sofá e tentei pensar em como falar pra Luan, da melhor maneira possível, tudo o que aconteceu nessa manhã. Como será que ele reagiria? Será que teríamos mais uma daquelas discussões que eu odiava? Será que ele me entenderia? O meu maior medo era de perdê-lo, mas eu precisava ser verdadeira com ele e lhe contar tudo o que aconteceu. Por conta do forte remédio que tomei pra dor de cabeça, acabei cochilando mais uma vez e só despertei quando ouvi a campainha tocar. Levantei quase correndo e fui atender, era ele que me olhava da maneira mais carinhosa possível e mais uma vez a vontade de chorar veio sem pedir permissão, então uma lágrima escorreu sobre meu rosto e Luan me olhou agora preocupado.

Luan: Amor o que aconteceu? – Eu não respondi, apenas o puxei pra dentro e me joguei em seus braços chorando quase desesperadamente – Carol, me fala o que aconteceu – Pedia tentando me olhar, mas eu o impedi de me largar.

Carol: Só me abraça mor – Falei chorando enquanto ele afagava meus cabelos – Só me abraça.

Luan: Vem cá – Me segurou pela cintura e me levou até o sofá, sentei ao seu lado me encolhendo toda em seus braços enquanto ele continuava com os carinhos em meus cabelos – Vai ficar tudo bem amor – Falava baixinho enquanto tentava enxugar minhas lágrimas. Depois de um bom tempo sentindo seus carinhos e cuidado ele quebra o silencio que se encontrava entre nós – Você quer me falar o que houve princesa? – Ele perguntou e eu apenas neguei com a cabeça – Tudo bem então – Falou me dando um carinhoso na testa e voltei a deitar em seu peito me encolhendo cada vez mais em seus braços.

Eu não conseguia colocar meus pensamentos no lugar, estava tudo muito confuso e a única certeza que eu tinha na minha vida era do amor que eu sentia por Luan. Eu não tinha ideia do que iria acontecer agora, como Luan reagiria, como eu iria olhar na cara de Dan depois do que ele me disse, me sentia completamente culpada por tudo e cada vez que eu pensava na situação que eu estava vivendo me sentia pior, então decidi tentar nem que por alguns minutos, esquecer o que estava acontecendo.

Carol: Amor – O chamei enquanto ele continuava cuidando de mim.

Luan: O que foi meu anjo?

Carol: Você tá com fome? – Perguntou o olhando e ele enxugou meu rosto que ainda estava molhado por minhas lágrimas.

Luan: Um pouco e você? – Perguntou calmo.

Carol: Não – Falei pensativa – Mas você quer almoçar? Eu vou pedir almoço pra gente.

Luan: Não, eu quero que você me conte o que aconteceu – Falou preocupado.

Carol: Eu vou pedir nosso almoço – Ignorei o que ele disse e me levantei indo em direção ao telefone.

Luan: Carol eu estou falando com você – Falou segurando meu braço, me impedindo de pegar o telefone.

Carol: Amor.. – Comecei a falar, mas um medo percorreu meu corpo.

Luan: Amor vem cá, senta aqui – Falou me sentando ao seu lado no sofá – Fala pra mim, o que é que tá te deixando tão agoniada assim?

Carol: Eu vou te contar – Falei respirando fundo e já com lágrimas nos olhos – Mas não fala anda tá? Só me ouve, por favor – Pedi e ele apenas concordou com a cabeça – Hoje quanto eu cheguei ao escritório eu vi o Dan, mas ele estava com muita raiva de mim sabe? Por eu ter lhe ignorado tanto, ele nem olhou na minha cara – Comecei a falar e ele me ouvia atentamente – Aí eu fui falar com ele, me explicar o porquê de tudo isso, mas aí ele me mandou embora, disse que a nossa amizade não significava nada pra mim e mais um monte de coisa – Abaixei a cabeça enquanto Luan continuava me olhando – Mas aí eu pedi desculpas a ele e depois de uma longa conversa ele me desculpou, mas aí ele me surpreendeu com uma coisa que eu jamais imaginaria que um dia poderia acontecer – Falei e ele me olhou de uma maneira estranha, parecia já imaginar o que eu iria falar.

Luan: O que foi que ele te disse? – Perguntou e eu gelei.

Carol: Ele disse que é apaixonado por mim – Falei e Luan deu um meio sorriso abaixando a cabeça como se estivesse dizendo um “eu te avisei” e parecia já esperar por aquilo há muito tempo – Ele disse que me ama, que sempre me amou – Falei e as lágrimas começaram a cair.

Luan: E o que você disse a ele? – Perguntou levantando a cabeça e me olhando intensamente.

Carol: Eu perguntei por que ele não tinha me dito isso logo, porque ele fez isso comigo – Falei chorando enquanto Luan só me olhava, confesso que tive o maior medo da minha vida que com certeza era de perdê-lo naquele momento, medo de que ele terminasse comigo e nunca mais quisesse olhar na minha cara. Sim, eu sou uma tola mesmo – Eu o amo, mas só como amigo, eu na-não queria que nada disso estivesse acontecendo – E no ápice do desespero comecei a andar de uma ponta a outra da sala, soluçando de tanto chorar – Eu fiquei com medo de te contar amor, me desculpa – Sentei em um cantinho da parede e abracei minhas pernas, me encolhi naquele cantinho tão seguro – Eu te amo tanto, eu fiquei com medo de você brigar comigo – Falei e vi que ele se aproximava.

Luan: Amor olha pra mim – Falou soltando meus braços e o olhei com os olhos inchados de tanto chorar – Você não tem culpa do que aconteceu – Enxugou minhas lágrimas delicadamente.

Carol: Na-não?

Luan: Não vida, eu jamais te deixaria e muito menos brigaria com você por causa disso – Falou me levantando e me abraçando forte – Eu te amo muito, meu amor.

Carol: Eu pensei que você ficaria com raiva de mim – Falei soluçando por causa do choro.

Luan: Não estou com raiva de você, eu estou do seu lado e vai ficar tudo bem tá? – Falou fazendo carinho em meu rosto – Agora para de chorar.

Carol: Eu fiquei com muito medo de você querer terminar comigo – Falei enquanto sentávamos novamente no sofá e ele enxugava minhas lágrimas.

Luan: Carol, eu sempre soube de tudo isso, impossível olhar pro Daniel e não ver o quanto ele te ama e que esse amor não é só amizade – Falou serio enquanto eu o ouvi e pensava enquanto eu fui cega por nunca ter enxergado nada disso – Eu também sempre soube que um dia isso iria acontecer, mas você não tem culpa por ele te amar e quero que saiba que eu sim tive medo de te perder pra ele.

Carol: Jamais eu te trocaria por outra pessoa – Falei sincera e ele sorriu de lado – Eu te amo tanto – Aproximei nossos rostos e selei nossos lábios delicadamente – Como vai ser daqui pra frente?

Luan: Eu não sei, mas não quero que fique pensando nisso agora tá bom? – Falou calmo e eu concordei – Vamos pedir nosso almoço, eu vou cuidar de você e depois você vai descansar – Falou levantando e discando o numero do restaurante que estava na agenda – Pronto agora é só esperar tá?

Carol: Obrigada por tudo – Falei o abraçando novamente e ele respirou fundo me acolhendo em seus braços – Obrigada por ser o melhor namorado do mundo.

Luan: Eu que te agradeço por não desistir de mim – Sussurrou em meu ouvido o que me fez sorrir.

Carol: Eu jamais desistiria. 

E depois de nossas inúmeras declarações de amor, senti um alivio enorme em meu peito. Com Luan ao meu lado tudo se tornaria mais fácil e logo tudo estaria em seus devidos lugares. Quando nosso almoço chegou, almoçamos na sala mesmo e quase sujamos o tapete preferido de minha tia, o que com certeza nos mataria se visse sujo. Quando terminamos, voltamos para o sofá e Luan me deitou em seu colo enquanto carinhosamente ele mexia em meus cabelos, acabei cochilando e acordei um pouco assustada quando ouvi a porta se abrir e minha tia passar por ela com um meio sorriso no rosto.

Mariana: Boa tarde – Falou fechando a porta atrás dela e jogando sua bolsa no sofá.

Luan: Boa tarde Mari – Falou baixo e eu continuei calada só a olhando.

Mariana: Boa tarde meu bem – Acariciou meu rosto – Como se sente?

Carol: Bem – Falei quase num sussurro e ela me deu um beijo na testa.

Mariana: Sua mãe me ligou – Quando ela falou de minha mãe me veio uma vontade enorme de tê-la ao meu lado nesse momento.

Carol: Vou ligar pra ela – Falei sorrindo levantando do colo de Luan e indo em direção ao meu quarto. Pelo menos poder ouvir a voz de minha mãe já aliviaria bastante. 

(Luan Narrando)

Depois que Carol me contou tudo o que tinha acontecido com ela e Daniel, confesso que ao mesmo tempo em que me deu uma raiva enorme dele, também me deu medo de perdê-la. Eu já sabia que a qualquer momento isso aconteceria, mas eu jamais a culparia por isso, jamais desistiria da gente por consequência dos outros. Agora mais do que nunca eu estaria ao lado dela, lhe dando força pra superar tudo isso, afinal não é fácil perder um amigo e eu sei o quanto Daniel é importante pra ela. Enquanto ela cochilava em meu colo, pensei em infinitas maneiras de resolver esse problema que também se tornou meu e tomei uma decisão que com certeza mudaria nossas vidas. Ouvimos a porta se abrir e Mari entrou com um meio sorriso no rosto, mas sua preocupação era nítida. Depois que ela disse que a mãe de Carol tinha ligado, conseguimos roubar um sorriso dela e foi correndo pro quarto pra ligar pra mãe enquanto na sala conversava com Mari.

Mariana: O que foi que aconteceu Luan? – Perguntou preocupada sentando no sofá enquanto eu sentava ao seu lado – Ela saiu arrasada lá do escritório, não tive tempo de saber o que houve – Contei a ela tudo o que havia acontecido e ela ficou boquiaberta com toda historia – Meu Deus eu não acredito.

Luan: Você nunca desconfiou de nada Mari?

Mariana: Eu juro que não – Falou sincera – Carol sempre viu Daniel como um amigo ou muito mais que isso, como um irmão – Falou sem acreditar ainda – Eles sempre foram tão próximos que nunca me passou pela cabeça que ele sentia algo a mais por ela.

Luan: Carol é muito inocente, acha que qualquer pessoa que chegar perto dela é amigo – Falei e ela concordou com a cabeça – As coisas não podem ser assim.

Mariana: Luan eu só te peço uma única coisa – Falou e eu a olhei atencioso – Fica do ladinho dela? Ela precisa muito de você.

Luan: E eu preciso dela Mari, mais que tudo nessa vida – Falei e ela sorriu – Confia em mim tá?

Mariana: Confio, porque eu sei que você a ama e só quer o bem dela.

E então fomos interrompidos com Carol que voltou com uma carinha melhor por ter conversado com sua mãe. Enquanto Mari tomava um banho fomos para o quarto e convenci Carol de tomar um banho também para que pudesse se sentir melhor. Ela concordou e foi pro banho, escolhi uma roupa fresquinha pra ela e quando saiu do banheiro se surpreendeu com tamanho capricho de minha parte. Deitei com ela e cantei nossa musica enquanto ela se aninhava em meus braços toda dengosa, cantei mais algumas musicas enquanto lhe fazia carinho e ela acabou pegando no sono, com certeza acordaria um bom tempo depois. Pensei mais uma vez em minha ideia de ver Carol melhor e tive a certeza de que essa a melhor decisão a ser tomada, acabei cochilando com ela colada em mim, da maneira que eu mais amava.